Nutriçao

Intolerancia à Lactose

Apesar de ser o alimento preferido das crianças pequenas, muitas delas não podem tomar leite à vontade por serem intolerantes à lactose, o açúcar natural encontrado nos produtos lácteos. O problema é bastante comum em todo o mundo, afetando especialmente os países orientais e africanos, que consomem menos leite e seus derivados do que os europeus e americanos.

Segundo o pediatra e nutrólogo Mauro Fisberg*, o Brasil apresenta altas taxas de intolerância, devido à pequena ingestão láctea e de derivados, especialmente após a idade pré-escolar . "Estudo antigo em adultos brasileiros mostrava que quase 2/3 da população adulta não tolerava mais que 250ml de leite por dia", diz ele.

A intolerância à lactose é a incapacidade (herdada ou adquirida) de absorção deste açúcar devido à diminuição ou ausência de uma enzima, a lactase , presente nas células superficiais do tubo digestivo e responsável por digerir a lactose.

Ela ocorre com mais frequência após o desmame, quando há uma diminuição de quase metade da produção desta enzima. Quando não há lactase suficiente, a lactose não é totalmente digerida e "quebrada" em galactose e glicose.

Em alguns casos raríssimos, a intolerância é congênita, ou seja, o pequeno não suporta sequer o leite materno. "No entanto, a maior parte das vezes é adquirida, e pode ser causada por diarréias agudas e crônicas, infecções e contaminações do trato intestinal", diz ele.

Nos primeiros anos de vida, a criança mantém os níveis de lactase estáveis, mas a produção diminui com o tempo. Se a lactose ingerida for maior que a produção de lactase, surgem os sintomas do distúrbio. "O excesso de lactose no intestino causa fermentação, flatulência, inchaço e dores na região abdominal, cólica, náusea, vômito, diarréia, constipação, sensação de mal-estar e empachamento (abdômen cheio)", explica o médico.

Os sintomas dependem da quantidade de enzima no organismo. Se a criança comer laticínios em pequenas quantidades, pode não sentir nenhum desconforto . Os derivados do leite (iogurtes, queijos e requeijões) geralmente são tolerados porque no processo de transformação a quantidade de lactose diminui sensivelmente.

É importante que o distúrbio seja diagnosticado e tratado o quanto antes, pois crianças com cólicas e diarréias frequentes e até má absorção podem ter problemas de peso e crescimento .

O tratamento depende do nível do problema, mas nem sempre há necessidade de exclusão do leite da dieta, embora normalmente seja indicada a diminuição do consumo da lactose, substituindo os laticínios tradicionais por fórmulas sem o açúcar e por produtos similares à base de soja
. Em alguns casos, são receitadas cápsulas de lactase.

De qualquer maneira, é fundamental passar pela avaliação do pediatra para que ele indique as substituições e suplementações adequadas. Jamais faça trocas por conta própria.

*Mauro Fisberg, pediatra e nutrólogo do Centro de Atendimento e Apoio ao Adolescente do Departamento de Pediatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Coordenador científico
da Força Tarefa Estilos de Vida Saudável do International Life Sciences Institute (ILSI Brasil).

Longe da Obesidade

Alimentação adequada e a prática de atividades físicas regulares são fatores que, aliados às questões genéticas, influenciam no desenvolvimento da estatura da criança.
A infância é caracterizada como uma fase de crescimento e transformações. A maneira como a criança será no futuro depende, em grande parte, de diversos processos que acontecem nesse período - inclusive no que se refere ao desenvolvimento de sua estatura.

Por conta disso, é comum ver pais preocupados com o crescimento dos filhos, especialmente se há a desconfiança de que a altura de seus pimpolhos não está de acordo com o padrão da família.

Muitas vezes, porém, essa preocupação não tem fundamento. De qualquer maneira, é importante levá-los periodicamente ao pediatra para avaliar se todos os processos de desenvolvimento estão sob controle.

Segundo o pediatra Jayme Murahovschi*, os fatores que determinam a altura que a criança alcançará quando adulta são genéticos. No entanto, os fatores ambientais também têm sua importância. "Para atingir seu melhor potencial de desenvolvimento ela precisa de alimentação adequada e atividade física regular", afirma o especialista.

Portanto, é preciso dar atenção especial à alimentação do pequeno, de maneira que ele consuma alimentos que contenham os nutrientes necessários para o seu pleno desenvolvimento.

Uma boa dica é ficar de olho nas orientações da Pirâmide Alimentar e consumir os alimentos de todos os grupos dela, em suas determinadas proporções. No entanto, a orientação de um pediatra ou nutricionista trará dados mais precisos acerca da alimentação adequada à criança. É fundamental o acompanhamento de um especialista

É a partir dos 3 anos de idade que pode ser observada a curva de crescimento da criança, que avaliará se a velocidade do crescimento está dentro dos padrões estabelecidos.

"Em geral, entre os 3 anos e o início da puberdade, a criança deve crescer em média 6 centímetros ao ano. Se nesta faixa etária ela não ultrapassar 4 centímetros anuais, é um sinal de alerta e que merece ser investigado por um profissional", diz Murahovschi.

Contudo, o mais importante, acredita Murahovschi, é fazer o acompanhamento regular das curvas de crescimento de seu filhote no consultório do pediatra. Desta maneira, se houver alguma suspeita de problema nesta área, a criança poderá ser tratada a tempo.

* Jayme Murahovschi, pediatra titular da Academia Brasileira de Pediatria, presidente do Departamento de Pediatria Ambulatorial da Sociedade Brasileira de Pediatria e professor de pediatria da Faculdade de Ciências Médicas de Santos (SP). Autor dos livros "Pediatria - Diagnóstico mais Tratamento" e "Pediatria - Urgência mais Emergência", dirigidos aos médicos.

Exercicios Fisicos- Só beneficios

Ela melhora a resistência, a qualidade de vida, a auto-estima, a densidade mineral óssea e ajuda a deixar o corpo mais bonito.
Para quem não curte muito a musculação, mas quer ter um corpo bonito e praticar uma atividade física, a ginástica localizada é uma ótima opção, que se faz presente na maioria das academias.

Suas aulas são realizadas com acessórios que ajudam na realização dos exercícios e, segundo o professor Ueliton Silva*, são utilizadas cargas altas e realizadas poucas repetições, para trabalhar fortemente a musculatura. "Mas, diferentemente da musculação, as aulas são movimentadas e em grupo, características que motivam muitos alunos", explica ele.

Na ginástica usam-se halteres, caneleiras, barras montadas, steps, bolas funcionais e bandas de borracha. Tudo para estimular os praticantes e afastar a monotonia . E, ao contrário do que muita gente pensa, a localizada também melhora a resistência e ajuda a reduzir medidas.

Como toda atividade física, a ginástica localizada contribui para aumentar a qualidade de vida e a auto-estima , além de melhorar a densidade mineral óssea, colaborando assim para minimizar os riscos de osteoporose. "Isso acontece em um nível menor do que quando a pessoa pratica musculação, mas, como os exercícios utilizam sobrecargas, todos os grupamentos de músculos são exigidos. Há um trabalho completo e forte", afirma Silva.

Para alcançar bons resultados, o recomendado são aulas três vezes por semana , com uma hora de duração.

Porém, para fortalecer a saúde como um todo, é necessário complementar a ginástica localizada com atividades aeróbias (como caminhada, corrida, ciclismo, dança, futebol, basquete), que fortalecem o sistema cardio-respiratório, sem esquecer de intercalar entre elas sessões de alongamento, para evitar contusões.

Seguindo um programa de exercícios bem orientado por um profissional da educação física , você certamente conseguirá um corpo bonito e saudável. Bom treino!

*Ueliton Silva, formado em educação física, professor de ginástica localizada, bike e personal-trainer da Fórmula Academia, em São Paulo. 

Alimentaçao Equilibrada- ao alcance de todos 

Veja como compor um prato equilibrado e saboroso mesmo comendo todos os dias nos restaurantes self-service.
Já que a alimentação balanceada é a base da nossa saúde é preciso estar atento a ela todos os dias da semana. Especialmente no almoço, quando muitas pessoas costumam se alimentar nos restaurantes das empresas ou em estabelecimentos do tipo self-service, onde a diversidade é grande e a tentação de encher o prato de guloseimas é maior ainda. Portanto, é necessário ter critério para não exagerar na quantidade nem errar na escolha dos alimentos.

Mesmo comendo todos os dias em restaurantes, a nutricionista Maria Cecília Corsi* acredita que é perfeitamente possível montar um prato de forma equilibrada, que contenha os nutrientes necessários ao bom funcionamento do organismo.

Para fugir da monotonia, ela recomenda um rodízio de alimentos ao longo da semana. A nutricionista exemplifica esse rodízio: às segundas, quartas e sextas-feiras, pode-se variar entre carne, frango e peixe acompanhados de legumes e verduras, refogadas e cruas. Às terças-feiras, uma opção é o brasileiríssimo arroz
e feijão com legumes e verduras variados; já às quintas-feiras o cardápio pode ser um delicioso prato de macarrão
e uma salada.

Esse é apenas um exemplo de como é possível, dia a dia, variar seu cardápio. Mas lembre-se que, para uma dieta personalizada e adequada às suas necessidades, é fundamental consultar um nutricionista.

"Ao fazer esse rodízio de alimentos, a pessoa chega ao final da semana tendo feito combinações diferentes todos os dias, sem aumentar a densidade calórica. E terá ingerido fibras, que ajudam na saciedade, vitaminas
, sais minerais
, proteínas e carboidratos", afirma a especialista. Cuidado com as misturas e o exagero

Para entender ainda melhor a necessidade de saber fazer combinações, a nutricionista traça um paralelo entre o buffet de comidas e o seu guarda-roupa. Por exemplo, você gosta de várias peças do armário, mas não veste tudo de uma vez, não é mesmo?

Com a alimentação é a mesma coisa. "Se você não sai de casa usando várias saias, três bolsas e dois pares de sapatos ao mesmo tempo, por que deveria comer tudo que é oferecido no restaurante?", diz Maria Cecília.

Outra recomendação da nutricionista é fazer dois pratos, o frio e o quente. Na hora de escolher a salada, muita gente se contenta apenas com alface
e tomate
. Mas lembre-se: precisamos de nutrientes variados, que são encontrados em diferentes alimentos. Portanto, experimente colocar sobre as folhas ingredientes como mussarela de búfala, ovo
cozido, blanquet de peru, crouton ou batata
palha. Tempere com azeite
e limão
. Para acompanhar a refeição, um suco de frutas é uma boa pedida.

Em um restaurante onde você mesma se serve e a comida está exposta, deve-se prestar atenção nas condições de higiene. Verifique se as travessas são trocadas ou simplesmente preenchidas. "Trocar e higienizar as vasilhas são práticas necessárias porque passam muitas pessoas no local falando, esbarrando na comida, deixando a colher cair", lembra a especialista.

Também veja se o local e os uniformes dos funcionários estão limpos, se usam proteção no cabelo e na boca e se os pratos estão quentes, sinal de que foram esterilizados. Se desejar, visite a cozinha do estabelecimento. "E nunca se sirva pela segunda vez com o mesmo prato, pois ficam restos de saliva no recipiente em que comemos que podem ser transferidos para a colher com a qual estamos nos servindo. Isso não é regra de etiqueta apenas, mas de higiene".

*Maria Cecília Corsi, nutricionista com pós-graduação em Nutrição Clínica pela Universidade São Camilo. Especializada em Nutrição do Atleta pela Universidade de São Paulo (USP). Especializada em Obesidade, Bulimia e Anorexia.

Carboidratos


Os alimentos que são fontes de carboidratos fornecem energia para todas as células do corpo.
“Afinal, comer carboidrato engorda?”. Esta costuma ser uma das primeiras dúvidas que os nutricionistas escutam de seus pacientes no momento de uma consulta.

O dilema de fugir ou não desses supostos vilões começou a ganhar destaque com a divulgação de dietas para perda de peso, que excluíam o consumo dos alimentos fontes de carboidratos e estimulavam o aumento da ingestão de itens com maior teor de proteínas e gorduras. Desde então, muitas pessoas passaram a temer e a limitar o consumo diário do nutriente.

Mas o que muita gente não sabe é que os carboidratos possuem papel fundamental no fornecimento de energia para o corpo, principalmente para os músculos e o cérebro. Além da falta de combustível para executar as atividades cotidianas, a exclusão desses alimentos do cardápio pode resultar também na carência de fibras, vitamina
B1 e ferro.

Segundo a Dra. Sonia Tucunduva Philippi*, os carboidratos constituem a principal fonte de energia alimentar do mundo, representados por cereais, tubérculos e raízes. “Os carboidratos fazem parte da base da pirâmide alimentar e estão dispostos no grupo do arroz, pão, massa, batatae mandioca”, explica.

Para quem não se recorda, a pirâmide é o ícone que representa graficamente o guia alimentar para a população brasileira, e se baseia em uma dieta de 2.000 calorias indicada para indivíduos adultos. Para consultá-la você deve observar as quantidades de porções diárias recomendadas para cada grupo de alimento.

“No caso dos carboidratos, recomenda-se o consumo de seis porções por dia para adultos e quatro porções para crianças de 7 a 10 anos”, ensina a Dra. Sonia. “Uma porção deste grupo equivale a 150 kcal”.

Confira a seguir quanto representa uma porção do grupo do arroz, pão, massa, batatae mandioca:
Alimento
Peso (g)
Medida usual de consumo
Arroz integral cozido
200
6 colheres de sopa
Batata
cozida
200
1 ½ unidade
Biscoito tipo “água e sal”
33
6 unidades
Bolo simples
50
1 fatia
Macarrão cozido
105
4 colheres de sopa
Milho
verde em espiga
100
1 unidade
Cereal matinal
43
1 xícara de chá

A professora esclarece que os cereais integrais também fazem parte da base da pirâmide alimentar por serem importante fonte de carboidratos, fibras alimentares, proteínas, vitaminas
(tiamina, riboflavina e niacina) e minerais(principalmente o ferro).

“A ingestão de cereais integrais deve ser incentivada entre a população, já que seu consumo ainda é baixo. Dentre os principais alimentos recomendados estão: arrozintegral, farinha de trigointegral, pão integral, massa integral, biscoito integral e cereal matinal integral”, ressalta.

A dica para quem busca uma vida mais saudável é adotar uma alimentação equilibrada, que contempla todos os grupos da pirâmide alimentar distribuídos em seis refeições ao longo do dia.

As escolhas inteligentes contemplam o aumento do consumo de alimentos dos grupos de frutas, legumes, verduras e cereais integrais e a diminuição dos grupos de óleos e gorduras e de açúcarese doces. A inclusão da prática de atividade física na sua rotina diária também é indispensável.

*Sonia Tucunduva Philippi é nutricionista, professora livre-docente e pesquisadora da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo. É também autora e organizadora de diversas publicações, dentre elas Pirâmide dos alimentos. Fundamentos básicos da nutrição (Barueri: Manole; 2008).

As informações fornecidas não são individualizadas, portanto, um nutricionista deve ser consultado antes de se iniciar uma dieta.